Caderno Viva

Ginecomastia



A ginecomastia é definida como um aumento benigno do tecido mamário masculino devido à proliferação do componente glandular, sendo uma condição clínica comum. Pode ser um achado ocasional de exame físico, se apresentar como um aumento agudo uni ou bilateral, abaixo da aréola, ou ainda, como um aumento progressivo e indolor da mama. A ação hormonal sobre o tecido mamário determina a estimação (através do estradiol- hormônio feminino) ou a inibição (via testosterona- hormônio masculino) do crescimento e diferenciação da glândula mamária. A ginecomastia pode ser classificada como fisiológica ou patológica. Ginecomastia fisiológica: Diâmetro do tecido mamário < 2 cm doloroso ou entre 2-4 cm não-doloroso e sem aumento progressivo. Ginecomastia do recém-nascido: os níveis elevados de estradiol e progesterona materno ou placentário, produzidos durante a vida fetal, estimulam o tecido mamário do recém-nascido. Esse efeito é autolimitado e geralmente desaparece em algumas semanas. Ginecomastia puberal: pode ocorrer o aumento transitório da glândula mamária é comum na adolescência, mas sempre precisamos descartar outras causas. Ginecomastia do adulto: o percentual de ocorrência aumenta gradualmente com a idade, 57% para homens nas idades de 45 a 59 anos. A incidência de ginecomastia acompanha, de forma linear, o aumento do índice de massa corporal (IMC), sendo superior a 80% em homens com IMC > 25 Kg/m2. É importante a diferenciação com pseudoginecomastia, na qual ocorre apenas acúmulo de tecido adiposo subareolar. A realização de mamografia pode, ocasionalmente, ser necessária para fazer a distinção.

Ginecomastia patológica: É arbitrariamente definida como tecido mamário palpável > 4 cm de diâmetro não-doloroso ou > 2 cm doloroso ou com aumento progressivo. Etiologicamente, pode ser ocasionada por excesso de estradiol, deficiência de testosterona e desequilíbrio entre as taxas desses dois hormônios ou alterações nos hormônios reguladores. A causa destas alterações levando a ginecomastia pode ocorrer por: tumores que secretam estes hormônios, como nos órgãos das adrenais e/ou testículos. Também pode ocorrer produção  ectópica do hormônio gonadotrófico, que alterará os hormônios sexuais,  em carcinoma pulmonar, renal, hepático e gástrico. A superexpressão da enzima aromatase , convertendo com mais facilidade a testosterona em estrógeno(hormônio feminino) , esta presente em vários quadros clínicos, como, por exemplo, na obesidade e no hipertireoidismo (excesso de hormônio tireoideano). Na síndrome de Klinefelter , pacientes masculinos mas com alteração cromossômica, (47,XXY), na qual os indivíduos apresenta ginecomastia, é um exemplo típico dessa condição. A quimioterapia para a doença de Hodgkin, linfomas e outros canceres também pode causar ginecomastia. As drogas como o cetoconazol( medicamento para micoses), por inibir a esteroidogênese,. Varias drogas levam resistência a ação dos andrógenos( hormônios masculinos) nos tecidos, exemplos disso são a cimetidina e a espironolactona. A flutamida também exerce esse efeito, principalmente quando associada com a finasterida, um inibidor da 5-redutase, em pacientes com câncer de próstata. Na ingestão crônica de álcool, por danificar a esteroidogênese testicular (prejudicando a formação da testosterona), e um estado de hipogonadismo hipergonadotrofico  pode , portanto, se desenvolver, falseando até uma andropausa precoce. E várias outras drogas estão relacionadas ao desenvolvimento de ginecomastia, principalmente o uso de esteroides anabolizantes, andrógenos, gonadotrofina coriônica.Os antiulcerosos como cimetidina, ranitidina e omeprazol . Os de uso cardiovascular como amiodarona, captopril, digoxina, enalapril, metildopa, nifedipina , reserpina, verapamil. Os Psicoativos como Diazepam; haloperidol; fenotiazinas; antidepressivos tricíclicos. Abuso de drogas como o Álcool; heroína; maconha- comum nos adolescentes e adultos jovens.

Meu recado para vocês leitores é terem cuidado com o uso indiscriminado de medicamentos e/ou drogas. Cuidado com a automedicação sem uma supervisão médica especializada. Cuidado com o abuso de álcool, drogas como a maconha, anabolizantes que poderá entre outras consequências acarretar na ginecomastia.