Caderno Viva

O que faz uma criança feliz



 

A SBP e o Instituto Datafolha ouviram 1.525 crianças brasileiras de 4 a 10 anos, de todas as classes econômicas, em 131 municípios. O trabalho foi realizado com base no instrumento de avaliação de qualidade de vida AUQEI. A pesquisa sobre estados emocionais foi quantitativa, com abordagem domiciliar.

As crianças responderam uma questão aberta: “O que você mais gosta de fazer quando não está na escola?”. Além disso, foram propostas 26 situações, para que utilizando uma escala visual de cinco pontos (cartão “de carinhas”), manifestassem seu estado de alegria ou tristeza frente a cada uma. A criança respondeu na presença do responsável, após sua autorização.

O que sentem? Do que gostam?

O que deixa a criança “muito alegre” e “alegre” é o dia do seu aniversário (96% das respostas), praticar esporte (94%), brincar com os amigos (92%), as férias escolares (91%), assistir TV (90%). A situação na qual se sente “muito triste” e “triste” (71%) é ficar longe da família.

Mas independente da natureza, os primeiros lugares ficaram com jogar bola (33%), brincar de boneca/boneco (28%) e assistir TV (26%). Andar de bicicleta veio a seguir, com 19%. O pega-pega ficou 17%. Empataram, com 14 % das preferências, o esconde-esconde, brincar de carrinho e video game. Na sequência, estão brincar de casinha (10%) e no computador (9%). Apareceram também soltar pipa e desenhar/pintar (6%), pular corda (5%), brincar de corrida, com brinquedos (sem especificar qual), animal de estimação e estudar (4%).

Dicas Enfmedic para a família

- O principal é o carinho.

- O que faz a criança feliz não é o brinquedo, é brincar, é conviver com a família e amigos. Os pequenos não são consumistas.

-O núcleo familiar proporciona sensações alegres e prazerosas

- Fica clara a grande importância dada pelas crianças ao convívio - tão decisivo para o seu desenvolvimento emocional e cognitivo -, não apenas com a família nuclear, mas também a “estendida”.

- 87% dos entrevistados se definem como “alegres” ou muito alegres” quando estão com os avós, na mesa com a família e quando pensam na mãe.

- 83% se dizem também “alegres” ou “muito alegres” quando brincam com os irmãos e 78% quando pensam nos pais.

-Criança gosta de estar com criança. Até por isso fica tão feliz no aniversário.

- 47% dos entrevistados informaram que ficam “tristes” ou “muito tristes” quando brincam sozinhos. A convivência deve ser incentivada.

- As brincadeiras tradicionais trazem mais alegria.

- Brincadeiras de rua, apesar das limitações impostas pela violência urbana, e mesmo que não praticadas, estão em primeiro lugar no desejo das crianças.

- Em geral, a criança se volta para o brinquedo eletrônico quando está sozinha. Mas se for oferecida uma alternativa, prefere.

- Os eletrônicos entram na vida da criança muito cedo e ganham espaço excessivo quando faltam alternativas. Os pequenos acabam se acostumando, adquirindo o hábito.

- É preciso oferecer outras experiências, criar mecanismos para que possam fazer atividades apropriadas à faixa etária.

- A maioria fica alegre quando vê uma fotografia sua (86% alegria) e quando se imagina adulta (87%).

- 87% dos entrevistados ficam “alegres” ou “muito” quando pensam em si mesmos como pessoas grandes. A situação foi proposta para os que têm entre seis e 10 anos.