Caderno Viva

O tesouro e a pérola



A palavra tesouro fascina a imaginação.  Existem muitas lendas e narrações em torno de tesouros enterrados a muitos e muitos anos, senão milhares de anos, em algum lugar, mexendo com a curiosidade e o espírito de aventura das pessoas. E muitos se põe a caminho, deixando tudo, buscando a sorte grande, passando todo tipo de privação, com a mente fixa em um único objetivo, encontrar o tesouro, a mina de ouro, uma grande jazida de pedras preciosas, tendo como esperança que ao encontrar o tesouro sua vida tomara outra direção, ficando livre de todos os sofrimentos que atormentam a existência. Ao encontrar o tesouro a pessoa será transformada.

            No tempo em que Jesus passou pela terra contava-se muitas histórias de tesouros escondidos nos campos, quer por causa de guerras ou invasões de povos estrangeiros. Antes de fugir os habitantes enterravam nas suas propriedades os tesouros, que não podiam ser carregados, na esperança de quando o perigo passasse pudesse recuperar o que havia sido escondido. Acontece que os donos não voltavam às terras, que depois de muito tempo eram ocupadas por outras pessoas. Alguém passando pelo lugar observava algo brilhante, imediatamente tinha a certeza do que se tratava.

            É nesse contexto que Jesus conta a parábola do tesouro escondido. Alguém encontra num campo o tesouro e cheio de alegria vai se desfazer dos seus bens para comprar o campo onde está o grande achado. Assim como alguém que descobre um depósito de moedas no campo se enche de alegria, também deve ser aquele que encontra o reino dos céus.

            Quem encontrou o tesouro no campo não estava à procura. Foi um achado sem esforço. O reino é oferecido gratuitamente na pessoa e ação de Jesus. Não é preciso buscas cansativas, mas ele se encontra disponível, ao alcance de quem optar por ele.

            Continuando seu ensinamento Jesus fala que o reino dos céus é semelhante a um comerciante de pérolas. Quando encontra uma que é preciosa ele vende o que tem para comprá-la. Para se compreender a segunda parábola é preciso lembrar que a pérola era para os povos do oriente a coisa mais preciosa do mundo. O reino dos céus é precioso. É necessário procurar, estar atento, para encontrá-lo. Encontrando é necessária uma atitude para conquistar o novo que se apresenta, a chance que não pode ser perdida. O reino exige coragem, destemor, capacidade de se desfazer de tudo para conquistá-lo.

                        A comunidade deve acolher a revelação dos mistérios do reino feita por Jesus. Deve aceitar sua pessoa, optar por Ele e pelo seu reino de forma corajosa e decidida se desfazendo daquilo que tem um valor menor comparado com o reino dos céus. O reino é o tesouro escondido, a pérola preciosa que devemos buscar sempre com alegria e decisão. Quem descobriu o reino, encontrou um tesouro e deve estar preparado para renunciar a tudo para não perdê-lo. Na vida existem decisões que são únicas e exigem um posicionamento rápido. A Escolha do reino dos céus não admite prorrogação. À convocação de Deus a resposta deve ser imediata. Quem descobriu um tesouro deve estar muito alegre. Esse tesouro é o maior de todos, a pérola mais bonita, que é o Evangelho de Jesus Cristo. No primeiro o homem descobriu o tesouro por acaso, a pérola foi encontrada depois de uma busca intensa. O reino é dom gratuito, por outro lado é necessária a atitude de procura, a decisão de ir ao encontro do que Jesus oferece.

           

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A terceira parábola, encerrando o texto do evangelho deste Domingo fala da rede que apanha toda espécie de peixes, bons e maus.  Dentro de cada um de nós, no mundo e na Igreja existe uma ambigüidade, que é a existência de forças antagônicas. Essa parábola fala da separação entre bons e maus, justos e injustos, que se realizará no juízo final, o julgamento que Deus irá fazer. Às vezes diante dos desafios e dos perigos que a ameaçam a comunidade vacila na fé, perde o entusiasmo e a esperança. As parábolas dos mistérios do reino anunciadas por Jesus querem fortalecer a nossa fé, reanimar o nosso caminhar. Hoje somos chamados a dar testemunho que optamos por Jesus e seu reino. Amém! Assim Seja!